Palmela aprova Moções de solidariedade com as vítimas do terrorismo
A Câmara Municipal de Palmela aprovou, por unanimidade, na reunião pública de 18 de novembro, duas moções de solidariedade com as vítimas do terrorismo nos últimos ataques perpetrados na Europa, não esquecendo «Beirute, Garissa, Bagdad, Alepo, Damasco, as Twin Towers, em Nova Iorque, a estação de Atocha, em Madrid, a rede do metro de Londres e todos os lugares do mundo onde se mata cobardemente».
O Município repudia, deste modo, os atentados terroristas do passado dia 13, em Paris e condena todas as ações extremistas que têm conduzido à morte de milhares de inocentes; manifesta a solidariedade a todos os povos vítimas de agressão; afirma os valores da liberdade, democracia e respeito pelo direito internacional, princípios que não podem ser postos em causa por nenhuma escalada terrorista e defende a necessidade de verdadeira convivência democrática entre pessoas de todas as proveniências, credos, religiões ou origens.
Abaixo, transcreve-se os textos integrais das moções:
Solidariedade com as vítimas do terrorismo
«No passado dia 13, Paris foi palco de um dos mais violentos e complexos ataques terroristas na Europa, causando 129 mortos e mais de 300 feridos, dos quais cerca de uma centena em estado considerado muito grave. A capital francesa voltou ao estado de emergência que não conhecia desde a II Guerra Mundial e toda a Europa reforçou meios de segurança face à ameaça de novos atentados.
Os atentados terroristas perpetrados em Paris (129 mortos), em Beirute (43 mortos), na universidade queniana de Garissa (147 mortos), ou a bordo de um avião russo, no Sinai (224 mortos), mas também nos ataques dos extremistas islâmicos em Bagdad, Alepo ou Damasco somam milhares de vítimas. Não esqueceremos as Twin Towers, em Nova Iorque, a estação de Atocha, em Madrid, a rede do metro de Londres e todos os lugares do mundo onde se mata cobardemente. Com efeito, todos os atentados contra a vida de cidadãos indefesos merecem a nossa repulsa.
A resposta ao terrorismo pressupõe o conhecimento das suas causas, mas também o combate às condições políticas, económicas e sociais concretas que constituem o caldo cultural para a sua aceitação como forma de luta.
A urgência de uma política de paz e desanuviamento nas relações internacionais e de respeito pelo direito internacional que reconheça a soberania de todos os Estados, nomeadamente no Médio Oriente, constituem pilares essenciais do desenvolvimento económico, social e cultural que defendemos.
Ao invés, a escalada de ingerência e de agressões contra Estados soberanos da região do Médio Oriente, tem alimentado e suportado grupos radicais de quem os refugiados que hoje conhecemos são as principais vítimas, ou porque, sendo muçulmanos, recusam a sua interpretação abusiva do Islão ou professam outras religiões, nomeadamente, cristã ou judaica, ou porque a escalada terrorista que hoje também nos ameaça há muito destruiu as suas vidas, nos seus territórios.
Face ao exposto, a Câmara Municipal de Palmela, reunida em sessão pública a 18 de novembro, delibera:
Repudiar veementemente os atentados terroristas do passado dia 13, em Paris e condenar todas as ações extremistas que têm conduzido à morte de milhares de inocentes;
Manifestar a solidariedade a todos os povos de Estados soberanos vítimas de agressão, nomeadamente no Médio Oriente;
Afirmar os valores da liberdade, democracia e respeito pelo direito internacional como princípios inalienáveis que nenhuma escalada terrorista pode por em causa.
Enviar a presente Moção para as seguintes entidades:
Ministério dos Negócios Estrangeiros
Embaixada de França
Presidência do Conselho de Ministros
Presidente da Assembleia da República
Grupos Parlamentares da Assembleia da República
Presidente da Assembleia Municipal
Presidentes das Juntas e Assembleias de Freguesia do concelho de Palmela
Conselho Português para a Paz e Cooperação
Comunicação Social».
Liberdade, Igualdade, Fraternidade
«Na sexta-feira, 13 de novembro, a coberto da noite, foi desferido mais um vil ataque contra a vida e a liberdade e o mundo assistiu estupefacto, a mais um cobarde ataque terrorista.
O terror é cobarde e absurdo. O terror é bárbaro e sem rosto.
O terror foi contra os cidadãos e as cidadãs que se divertiam e circulavam em liberdade, foi contra a França, foi contra todas e todos nós!
A violência do terrorismo investiu contra a convivência democrática própria de gentes livres, de cidades abertas, multiculturais, multiétnicas e inclusivas.
Em Paris, cidade Luz, cidade do Amor, os valores universais foram atingidos, mas não vencidos! Não há morte para a Razão. A Razão é a matriz dos valores, da dignidade, dos direitos comuns e transversais a todas e todos.
O terror não pode nunca ser percebido como próprio de grupos étnicos ou religiosos, de grupos culturais, de nações ou regiões.
O terror é sempre um comportamento absurdo que a todos nos atinge e que devemos combater e repudiar.
Não podemos conceder. O horror nunca nos trará a vertigem de desdizer os nossos códigos. Valorizemos os nossos valores civilizacionais como forma de nos defendermos.
O terror é tudo menos civilização.
Paris é agora o lugar, a que todos pertencemos.
O lugar onde se gera uma nova forma e força de viver e de conviver, numa vontade, individual e coletiva, para uma luta pela dignidade e os direitos, pela liberdade, pela solidariedade, pela fraternidade e pela democracia.
A Câmara Municipal de Palmela reunida em sessão ordinária, em 18 de novembro de 2015, condena "veementemente os atos terroristas cometidos" em Paris, repudia quaisquer atos de violência em França e em outros lugares do mundo.
Apela aos valores universais da liberdade e dignidade humanas para combater todas as formas de intolerância e opressão dos povos;
Defende a necessidade de verdadeira convivência democrática entre pessoas de todas as proveniências, credos, religiões ou origens».