Castelo de Palmela
Período Islâmico

Ponto fulcral do projeto de investigação «Muçulmanos e Cristãos na península da Arrábida: o castelo de Palmela e a ruralidade envolvente», a alcáçova do castelo foi objeto de escavações arqueológicas entre 1992 e 2005, com resultados importantes para todo o período islâmico, entre os sécs. VII/IX e o séc. XII. As evidências do quotidiano da guarnição e dos governantes da praça, ao longo de cerca de quatro séculos, encontram-se não só nos elementos arquitetónicos mas também nos recipientes cerâmicos que usavam, nos restos alimentares que consumiam, nos instrumentos, adornos e objetos de entretenimento, nas armas e projeteis com que guerreavam.
Período Cristão

Com D. João I a sede da Ordem de Santiago de Santiago é definitivamente transferida para Palmela. É então que se constroem a Igreja e o Convento de Santiago, concluídos em 1482.
Os séculos XII, XIII e XIV são os melhores legendados nas escavações da alcáçova do castelo e da sacristia da Igreja de Santa Maria. Para além dos já citados elementos de armamento e de várias moedas da primeira dinastia, são abundantes as cerâmicas de uso comum, com nota particular para os cântaros e canequinhas.
Período Moderno

Através da escavação arqueológica realizada em 2003, no pátio da Igreja de Santiago, foi possível concluir que o novo convento da Ordem não aproveitou anteriores estruturas neste espaço e sofreu várias obras de remodelação ao longo dos sécs. XVIII e XIX. O espólio exumado, dos séculos XVII e XVIII, inclui objetos quotidianos, alguns com características lúdicas, ornamentais e simbólicas, fragmentos de azulejos e grande percentagem de cerâmicas comuns, faianças e algumas cerâmicas de importação. Neste período o convento personalizava a sua loiça, encomendando faianças pintadas a azul com a cruz-espada de Santiago e a inscrição: CONVENTO.
O período moderno foi igualmente documentado na alcáçova mas sem a expressão de outras épocas. Porém, nas sondagens realizadas no exterior da muralha norte, onde se definiu o traçado do antigo fosso, recolheram-se variadas espécies cerâmicas, algumas de origem valenciana.