Câmara contra encerramento do BPI na vila de Palmela

O Município de Palmela contesta o encerramento do balcão do BPI que funcionava na vila de Palmela e apela à administração da instituição bancária para que reverta esta política e tenha em conta os interesses da população.
Na reunião de dia 22 de abril, foi aprovada, por unanimidade, uma moção contra o encerramento do balcão do BPI de Palmela, que ocorreu no dia 9 de abril. O documento alerta que a população da vila é composta, na sua maioria, por pessoas idosas e com mobilidade reduzida, que se vê forçada a deslocar-se para fora da sua área de residência para a realização de operações bancárias, quando a rede de transportes públicos continua a não responder às necessidades de mobilidade.
A Câmara Municipal manifesta o seu apoio à luta da população de Palmela que, legitimamente, se indigna e se mobiliza em defesa dos seus direitos e do serviço bancário na vila, e apela a que o BPI retroceda nesta decisão.
Transcreve-se, abaixo, o texto integral da moção:
«No âmbito da redução de balcões prevista no plano de reestruturação, o Banco Português de Investimento (BPI) procedeu, no dia 9 de abril, ao encerramento do balcão instalado no Centro Histórico da vila de Palmela. Este encerramento, a par de outros verificados no concelho ao longo dos últimos anos - nomeadamente, de balcões dos CTT e de outras agências bancárias - é fortemente prejudicial para a população e as empresas, no seu acesso regular aos serviços de proximidade.
No caso concreto, esta população, composta, na sua maioria, por pessoas idosas e com mobilidade reduzida, é forçada a deslocar-se para fora da sua área de residência para a realização de operações bancárias, não esquecendo que a rede de transportes públicos continua a não responder, devida e efetivamente, às necessidades de mobilidade. A situação agrava-se com a incompreensível transferência da gestão de contas para agências bancárias de um concelho vizinho, enquanto continua em operação uma agência do BPI em Pinhal Novo.
A medida - que o banco justifica com a necessidade de reajustamento financeiro e que acarreta, também, a redução de trabalhadoras/es - prejudica, igualmente, os negócios e a relação com as micro, pequenas e médias empresas de Palmela, num momento crucial, em que precisarão de apoio e acompanhamento no acesso a moratórias e linhas de crédito para suportarem a sua atividade.
O facto desta decisão ter produzido efeitos durante o Estado de Emergência, período que, naturalmente, condiciona ainda mais a mobilidade das/os clientes afetadas/os, bem como o seu acesso à informação, tem sido fortemente contestado na vila de Palmela e merece a nossa preocupação e repúdio.
Assim, a Câmara Municipal de Palmela, reunida a 22 de abril de 2020, delibera:
- Manifestar o seu apoio à luta da população de Palmela que, legitimamente, se indigna e se mobiliza em defesa dos seus direitos e do serviço bancário na vila;
- Instar a administração do BPI a reverter esta política e a ter em conta os interesses da população de Palmela;
- Remeter a presente moção a:
- Sua Excelência, o Presidente da República;
- Sua Excelência, o Presidente da Assembleia da República;
- Sua Excelência, o Primeiro-Ministro;
- Grupos Parlamentares e Deputada única Joacine Katar Moreira;
- Assembleia Municipal de Palmela;
- Assembleias e Juntas de Freguesia do Concelho de Palmela;
- Associação Nacional de Freguesias;
- Associação Nacional de Municípios Portugueses;
- Conselho Metropolitano de Lisboa;
- Associação de Municípios da Região de Setúbal;
- Conselho de Administração do BPI;
- Confederação Geral dos Trabalhadores Portugueses - Intersindical Nacional;
- União Geral de Trabalhadores;
- Banco de Portugal;
- Sindicato dos Bancários Sul e Ilhas;
- Comunicação social local, regional e nacional».