Zambujalinho
O sítio arqueológico Zambujalinho situa-se na Herdade do Zambujal (Marateca), junto à margem esquerda da Ribeira da Marateca, um afluente do rio Sado e tem atualmente identificadas áreas distintas e de funcionalidades diferentes, como por exemplo, a olaria, o núcleo habitacional, a necrópole e uma área de escorial.
Trata-se de um centro produtor de período romano, que laborou entre os sécs. I e V e se dedicou essencialmente à produção de ânforas, embora se registem também produções de vasilhame doméstico comum.
Estes grandes contentores cerâmicos serviam para guardar conservas e molhos de peixe, por exemplo o apreciado garum, exportado para Roma e outras partes do império. A produção anfórica do Zambujalinho, tal como a de outras olarias da região, seria em boa parte absorvida pelo complexo industrial que se localizava em Tróia (foz do Sado), especializado na produção destes preparados piscícolas. A navegabilidade do Sado e da Ribeira da Marateca facilitava o transporte da mercadoria até ao centro consumidor.
No Zambujalinho predominam as ânforas de tipologia Dressel 14 (ou Lusitana 2), produzida entre o séc. I e inícios do III e a Almagro 51c (ou Lusitana 4), fabricada entre os séculos II//III e IV.
As várias campanhas arqueológicas e ações de prospeção magnética, entre 1989 e 2005, permitiram localizar parte da área residencial e a zona de olaria: fornos, depósitos de argilas, áreas de armazenamento da produção e zona de peças rejeitadas ou com defeito. Os três fornos identificados apresentam formas bastante diferentes, um com estrutura piriforme, o segundo de planta circular e que foi posteriormente, utilizado como forno de cal e o último, de maiores dimensões, apresenta planta retangular.