Património Vitivinícola
“Palmela sempre foi conhecida como terra de vinhos. Ainda me recordo das adegas onde se fabricava vinho – quase todas as pessoas faziam vinho. Naquela altura [década de sessenta do século passado], no final do Verão, Palmela cheirava a mosto, cheirava a vinho! Reconhecida pela grandeza das casas e dos grandes produtores e pela qualidade superior e singularidade do nosso vinho.
Aqui na nossa região, éramos os maiores. Mas a expansão faz-se a partir da criação da Festa das Vindimas, que visou a difusão e a promoção dos vinhos de qualidade Palmela.
Palmela é uma terra de privilégios - o seu Moscatel é único!”
Tito Monteiro [1947]
Cortejo alegórico da Festa das Vindimas 1964 – Desfile do engarrafonamento dos produtores das principais «casas agrícolas vitivinícolas» do concelho (Testemunho de Ulisses Caetano de Oliveira Machado, membro fundador da Comissão da Festa das Vindimas).
Ocupando uma área de 465 km2, aproximadamente, o concelho de Palmela expande-se numa geomorfologia muito particular que se plasma na diversidade das quatro freguesias sinalizadas por um terroir singular que, enquanto produto social em contínua transformação, se representa nas diferentes marcas culturais e centros de produção (da pisa às adegas), corolário do desenvolvimento do setor produtivo agroindustrial e das modernas arquiteturas do vinho.
Integrada na quarta Região Vitivinícola Regional da Península de Setúbal, Palmela orgulha-se da sua estrutura agrária documentada desde os forais e que, na geografia de finais de Oitocentos, assinala «a imensa propriedade com o maior vinhedo do mundo» e, em meados dos anos trinta do século passado, a mais moderna tecnologia de vinificação, atestando, na fileira do vinho, os produtos singulares de excelência, premiados no panorama da vinificação nacional e europeia.
Cultura em expansão, que domina a maior área vitícola por concelho com mais de 6000 hectares, conta com uma população que sempre viveu subsidiariamente desse trabalho e cuja espessura dinâmica forjou e se representa no programa de criação da Festa das Vindimas.
Legado ancestral que alinha Memória e Identidades, o património milenar da cultura da vinha e do vinho assume uma centralidade na longa duração da história do concelho, presidindo, no Programa do Museu Municipal, ao estudo e identificação das unidades de produção agrícola e cartografia das Adegas, e no levantamento e registo das marcas e memória empresarial, conjuntamente às ações de divulgação e educação patrimonial, todas, expressão de valor na escrita da paisagem cultural.
Percorra o concelho e descubra esta herança... que é sua!
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