Feira Medieval de Palmela coroada de êxito: Paz entre religiões foi tema em destaque
O Centro Histórico da vila de Palmela viveu, entre 28 e 30 de setembro, a quinta edição da Feira Medieval, que fica marcada pela forte afluência de público (registando-se 30 mil visitantes), e por todo o colorido e animação que confirmaram, uma vez mais, a consolidação do evento como um dos mais importantes no calendário nacional de Feiras Medievais.
Os emocionantes torneios, os acampamentos temáticos, o contacto com os animais, os belíssimos espetáculos de teatro, música, dança e fogo – com destaque para a dança aérea na Torre de Menagem do Castelo – a animação permanente no recinto com danças, música da época e jograis e as excelentes propostas de gastronomia e comércio, continuaram a fazer desta Feira um espaço rico e apetecível para celebrar este quente início de outono e assinalar as Jornadas Europeias do Património. A forte participação dos agentes locais e a imponência de um dos Castelos mais bonitos de Portugal contribuem, também, para a magia sentida neste fim de semana.
Uma forma diferente de aprender sobre a História local
A organização, da responsabilidade do Município de Palmela e da ALIUS VETUS – Associação Cultural História e Património, continua a apostar na divulgação cultural e no rigor histórico, convidando a reviver episódios da já longa vida deste território. É esse, também, o objetivo do plano formativo que o Município promove, anualmente, antes da Feira, facultando à população, aos comerciantes e ao movimento associativo mais informação e conhecimento sobre a história local.
Na abertura oficial da festa, viajámos até 1170 para assistir à atribuição por El-Rei D. Afonso Henriques do primeiro Foral a Palmela (Balmala), concedendo privilégios aos muçulmanos que por aqui se mantiveram, para que ajudassem a povoar e cultivar estas terras. Com o desfile noturno de sexta-feira, avançamos até 1217 para participar na investidura de Pedro Joannes como Freire-Cavaleiro da Ordem de Santiago, num momento em que os freires-cavaleiros preparavam o ataque a Alcácer do Sal, sob alçada dos almóadas. Ainda em 1217, os desfiles muito participados, que marcaram as tardes de sábado e domingo, recriaram a deslocação das entidades e do povo de então ao Castelo, para saudar El-Rei D. Afonso II. É de sublinhar, também, o papel educativo dos acampamentos e da Exposição das Três Culturas, patente na Igreja de Santiago.
Cristãos, muçulmanos e judeus, que ao longo de séculos conviveram no Centro Histórico de Palmela e deixaram a sua marca na vila e na nossa cultura, deram, ao longo destes três dias, uma preciosa lição de paz e convivência saudável, tão atual e necessária neste século XXI.