Palmeiras no concelho de Palmela: Nenhum exemplar é abatido sem prévia avaliação técnica e científica
As palmeiras do concelho de Palmela, em espaço público e privado, não escaparam à degradação generalizada que se tem verificado um pouco por toda a Europa, devido à praga Rhynchophorus Ferrugineus (ou Escaravelho da Palmeira). A urgência de proceder à avaliação fitossanitária e de risco de rotura de 156 palmeiras da vila de Pinhal Novo, para definir a real necessidade de abate, depois da queda de alguns exemplares ou de pernadas no último inverno, levou a Autarquia a adjudicar um estudo ao Laboratório de Patologia Vegetal Veríssimo de Almeida, do Instituto Superior de Agronomia (ISA), num investimento de 11.500 euros. Deste estudo resultará um relatório detalhado com recomendações, tendo em conta a caracterização de cada exemplar, doenças e pragas detetadas, presença de defeitos estruturais e avaliação desses mesmos defeitos.
Entretanto, foram, também, adjudicados serviços que incluem a remoção, em todo o concelho, dos cepos de alguns exemplares que caíram ou foram abatidos nos últimos anos e respetiva reposição de calçadas.
Considerando que as palmeiras são uma árvore originária de climas mais quentes e secos – ficando, por isso, mais vulneráveis em solo europeu – e que é aconselhável a valorização das espécies autóctones, o Município é favorável à substituição gradual das palmeiras por outras espécies mais resistentes e adaptadas ao nosso clima, mas volta a garantir que nenhuma palmeira é abatida sem verificação. Aguardará as recomendações do Laboratório de Patologia Vegetal e cumprirá o compromisso assumido com as associações de moradores, no final da primavera, de as auscultar para, conjuntamente, escolher a tipologia de espécies a plantar.
A praga do Escaravelho da Palmeira mereceu, pela sua nocividade, a aplicação de medidas de emergência pela União Europeia, que considerou esta praga de luta obrigatória, tendo aprovado a decisão 2007/365/CE contra a introdução e propagação desta praga na comunidade. Os sintomas, aquando da infestação, só se manifestam quando a palmeira já está muito afetada, tornando quase impossível a recuperação da planta, cuja fragilidade passa a constituir perigo para a segurança. No entanto, ao longo da última década, o Município de Palmela gastou milhares de euros no tratamento dos muitos exemplares existentes no concelho, através de micro-injeções e aplicação dos produtos aconselhados pela EU, apostando, também, na prevenção e divulgação junto dos particulares que possuem exemplares em espaços privados.