Palmela distinguida em mobilidade: obra CAFA elogiada como exemplo nacional
O Município de Palmela recebeu, a 22 de abril, a Bandeira Cidades e Vilas de Excelência - Nível IV, atribuída pelo Instituto de Cidades e Vilas com Mobilidade. Durante a cerimónia de atribuição da bandeira, que teve como cenário o Castelo de Palmela, a obra em curso de criação de percursos acessíveis no Castelo de Palmela - PRARRÁBIDA - CAFA foi elogiada como um exemplo, que o Município foi convidado a apresentar no próximo encontro nacional da Rede de Cidades e Vilas de Excelência.
Depois de, em 2017 e em 2019, a Câmara Municipal ter sido distinguida com as Bandeiras de Nível II e III, respetivamente, a atribuição da Bandeira de Nível IV continua a reconhecer o trabalho que a Autarquia tem vindo a desenvolver para a promoção da mobilidade sustentável no concelho, espelhado no PAMUS - Plano de Ação de Mobilidade Urbana Sustentável.
O PAMUS é a grande estratégia municipal em matéria de mobilidade suave e intermodalidade. O Plano inclui soluções de mobilidade suave e plataformas de interface que contribuam para a intermodalidade (CICLOP7 e HUB10) e aponta, ao mesmo tempo, para soluções mais localizadas em Pinhal Novo (espaço mais central do ponto de visita das acessibilidades/mobilidade no concelho), com a requalificação de vias, estacionamento e plataformas de interface (Ligação Intermodal Pinhal Novo Sul e Ligação do antigo Largo da Mitra à zona central de Pinhal Novo).
O Presidente do Município, Álvaro Balseiro Amaro, aproveitou a ocasião para fazer um agradecimento ao Instituto e à Rede. «Têm sido uma grande inspiração, que nos colocou num caminho que tem revelado sucesso e nos responsabiliza para o futuro», realçou. O Presidente deixou a garantia de que, independentemente das distinções, a Autarquia «continuará a trabalhar desta forma», porque «a satisfação dos munícipes que vão conquistando o espaço público é o maior prémio». Neste campo da promoção da mobilidade sustentável, revelou que estão já programadas intervenções a executar até 2027.
«Este é um momento muito especial, porque temos vindo a acompanhar o crescimento de Palmela sobre o que é o direito à vila e ao território», sublinhou a Presidente do Instituto, Paula Teles. Palmela integra a Rede de Cidades e Vilas de Excelência desde o início, «apresentou um plano, os projetos e agora as obras», referiu. «Vamos continuar a ver-vos a crescer, para que daqui a um ano possamos trazer a Bandeira de Nível V», prometeu. Falando em específico sobre a obra CAFA, Paula Teles reconheceu que «é muito invulgar ter acessibilidade onde existe património», por isso, com esta intervenção, Palmela está a «mostrar aos restantes 50 municípios da Rede que é possível fazer».
«Palmela acabou de abrir a porta no que respeita ao trabalho em sede patrimonial», elogiou o Coordenador da Rede, Pedro Ribeiro da Silva, destacando o «esforço singular da Câmara de Palmela» para levar a cabo um «trabalho muito amplo do ponto de vista técnico e político». Por isso, deixou o convite para que o Município apresente este exemplo no próximo encontro nacional da Rede, que deverá realizar-se ainda este ano, se a situação pandémica o permitir, ou no início do próximo.
Intervenção conjuga acessibilidade e respeito pelo património
No final da cerimónia, decorreu uma visita à obra CAFA, conduzida pelo Arquiteto Luís Amaro. A empreitada, que se prevê que esteja concluída dentro de um mês, contemplou a requalificação de 1.783 m2 de espaços exteriores, num investimento de 438.314,84€, cofinanciado pelo FEDER em 50%, no âmbito do POR Lisboa 2020.
O objetivo foi garantir a acessibilidade a pessoas com mobilidade condicionada, mas assegurando que a intervenção fosse mínima, reversível, não introduzisse perturbações à leitura do monumento e preservasse a sua autenticidade e integridade.
As soluções encontradas, devidamente aprovadas pelas entidades da Tutela, conjugam percursos de acessibilidade com autonomia e auxiliada. O ponto de partida é o estacionamento em frente à Pousada, com lugares específicos para pessoas com mobilidade condicionada. A partir daí, inicia-se um circuito acessível, que lhes permite chegar aos pontos-chave do Castelo.
O objetivo principal foi ligar a zona poente (junto à Pousada) à zona nascente (Praça de Armas), percorrendo a grande maioria dos espaços de leitura do monumento e das vistas circundantes. Assim, a empreitada abrangeu a construção de rampas e plataformas metálicas, a substituição parcial de alguns pavimentos nas áreas dos percursos pedonais e a reorganização da área de estacionamento, entre outras intervenções.
O desafio foi conjugar o cumprimento das normas de acessibilidade e o respeito pelos critérios de intervenção sobre o património. Foram também tidos em conta diversos aspetos técnicos, relacionados com a drenagem das águas pluviais, segurança e paisagismo.