Incêndio em Palmela: Município saúda Agentes de Proteção Civil e voluntárias/os
Foram aprovadas, por unanimidade, na reunião pública do Executivo de 20 de julho, duas saudações, apresentadas pela CDU e pelo PS, a todas/os as/os que contribuíram, das mais diversas formas, para o combate ao incêndio que atingiu Palmela no dia 13 de julho e para a proteção de pessoas, animais, bens e natureza.
As saudações destacam o valioso contributo, não só das Corporações de Bombeiros e restantes agentes de Proteção Civil, mas também de trabalhadoras/es do Município e Juntas de Freguesia, instituições da sociedade civil, população, entre outras/os voluntárias/os.
Transcrevem-se, abaixo os textos integrais das saudações:
Saudação CDU - Atuação das/os Agentes de Proteção Civil e Voluntárias/os
«No dia 13 de julho de 2022, um incêndio devastador cobriu as paisagens de Palmela e da Arrábida de negro e causou enorme sobressalto e consternação. Das Serras do Louro e dos Gaiteiros ao Vale de Barris e Quinta do Anjo, das encostas do Castelo a Aires e à Baixa de Palmela, sem esquecer a envolvente do Centro Histórico e o morro da Estrada do Cemitério e Outeiro, Palmela viveu alguns dos momentos de maior aflição de que há memória neste território.
As elevadas temperaturas registadas há vários dias consecutivos, o vento errático e seco e a orografia difícil da região dificultaram o combate, que chegou a reunir, no período mais crítico, 521 operacionais, 140 veículos, dois aviões e dois helicópteros.
O incêndio foi dado como dominado durante a manhã do dia seguinte, mas o dispositivo de vigilância ativa, com os Bombeiros do concelho, numa primeira fase, e continuamente com os da Associação de Palmela, evitou reacendimentos nos últimos dias e permitiu considerá-lo extinto.
Os Serviços Municipais começaram de imediato a fazer o levantamento de todos os danos em equipamentos e bens públicos e privados, a contactar com as pessoas afetadas para avaliar prejuízos e a apoiar, no imediato, com ações de limpeza e alguns bens. Entretanto, a Autarquia já está a articular com o Governo, no sentido de aferir eventuais apoios de emergência.
Registaram-se 21 ocorrências e 12 feridos - nove bombeiros, dois civis e um militar - e cerca de 430 hectares de área ardida. Entre os feridos a lamentar, foi particularmente preocupante a gravidade das lesões sofridas pelo Chefe Rui Cruz, dos Bombeiros de Pinhal Novo, recordando-nos, de forma dura, o perigo a que as/os nossas/os Bombeiras/os estão sujeitos permanentemente e que enfrentam com dedicação, capacidade e coragem ímpares.
As imagens de horror que chegaram a todo o país e ao mundo permitiram testemunhar também a forte congregação de esforços de todas as entidades envolvidas e o trabalho inexcedível de muitas pessoas no terreno.
Foi graças à enorme abnegação das três Corporações de Bombeiros do concelho de Palmela, auxiliadas por dezenas de Corporações de todo o país, dos militares da GNR, do SEPNA, da Agência de Gestão Integrada para os Fogos Florestais, do ICNF, do Instituto da Segurança Social, do INEM, entre outras estruturas do comando operacional, assim como de muitos particulares, empresas, trabalhadoras/es municipais, Juntas de Freguesia, grupos de intervenção de apoio animal (IRA, Quintinha ABC), grupos de escoteiros, Associação de Escoteiros de Portugal, Grupo 40 Palmela, Grupo Setúbal-Sado, Bela Vista, Montijo, Barreiro, Azeitão, Alcochete, centenas de populares, não apenas aqueles que procuravam preservar os seus bens, mas também outros que apoiaram, que foi possível preservar vidas humanas e animais, bens e salvaguardar habitações em locais onde parecia já impossível.
Numa enorme onda solidária, muitas empresas disponibilizaram bens e serviços e foram também centenas as pessoas que se dirigiram ao quartel dos Bombeiros de Palmela, ao Comando de Operações que esteve na Hermenegildo Capelo e às várias frentes ativas, para distribuir água, alimentos, medicamentos, produtos e para levar palavras de incentivo e de conforto.
Reunida a 20 de julho de 2022, a Câmara Municipal de Palmela manifesta a sua solidariedade a todas as pessoas afetadas por esta tragédia e saúda e agradece a intervenção de todas/os as/os Bombeiras/os, militares, trabalhadoras/es da Autarquia, agentes de Proteção Civil envolvidos no combate ao incêndio de 13 de julho, bem como a todas as pessoas que, voluntariamente e nas mais diversas formas, manifestaram o seu apoio».
Saudação PS - Aos heróis e heroínas da nossa terra
«Os incêndios que assolaram o país nos últimos dias fustigaram várias localidades, causando danos materiais, pessoais e humanos, alguns deles de forma irreversível.
No passado dia 13 julho, pelas 12h04, foi dado o alerta para o incêndio que se encontrava a deflagrar junto à vila de Palmela. As chamas, que ganhavam força com as condições climatéricas que se faziam sentir, transformaram rapidamente Palmela, a sua vila, o Castelo e a serra num cenário dantesco e desolador.
Viveram-se momentos aterradores, numa tentativa de salvar bens, pessoas, animais e a nossa maior riqueza natural, a Serra da Arrábida. Em pequenos segundos, viveu-se o pânico e, felizmente, as vidas humanas não foram tocadas no terreno, apenas ficaram feridas. Já os animais, esses, alguns deles desprotegidos, indefesos e encarcerados, viram as suas vidas retiradas de uma forma trágica.
O fogo, que começou no terreno junto ao Castelo, rapidamente evoluiu para outros locais, abrangendo seis zonas controladas no teatro de operações. No local, estiveram mais 400 operacionais, apoiados por mais de 120 veículos e quatro meios aéreos. Além das Corporações de Bombeiros do distrito de Setúbal, estiveram também no local diversas viaturas do distrito de Lisboa.
Com o inferno a descer à terra em Palmela, o fogo destruiu mais de 400 hectares de mato e um veículo especial de combate a incêndios dos Bombeiros de Pinhal Novo. Obrigou à evacuação de dezenas de pessoas e provocou 12 feridos, sendo estes nove bombeiros, dois civis e um militar da GNR.
Foi num momento tão difícil como o que se viveu no passado dia 13 de julho que a população de Palmela viu sair à rua a solidariedade e a entrega das pessoas e das/os voluntárias/os. Da melhor forma que sabiam e podiam, ajudaram incansavelmente aquelas/es que mais precisavam.
Uma saudação especial a todas as pessoas anónimas, voluntárias/os, às populações de Palmela, que prontamente se colocaram na linha da frente do combate a este flagelo e que, com o seu espírito de solidariedade, ajudaram neste momento tão difícil.
Uma saudação e reconhecimento em especial aos Bombeiros Voluntários do nosso concelho e a todas as Corporações nacionais que, de forma hercúlea, acudiram e ajudaram no combate ao incêndio em Palmela, conseguindo controlar o que parecia incontrolável, graças à sua sapiência, bravura e altruísmo. A estes heróis e a estas heroínas, o nosso sincero agradecimento.
Uma saudação à Autoridade Nacional de Proteção Civil, ao Serviço Municipal de Proteção Civil, à GNR, ao INEM, ao ICNF, à Coordenação Distrital e Local, às/aos trabalhadoras/es da Câmara Municipal de Palmela e das Juntas de Freguesia, às instituições de proteção animal, às instituições da sociedade civil pela forma como cooperaram e se articularem na resolução desta tragédia.
Pelo espírito solidário, de abnegação e de dedicação, a Concelhia do Partido Socialista de Palmela quer expressar a sua gratidão a estas mulheres e homens que, altruisticamente e com o maior espírito de missão, arriscaram as suas vidas em prol do bem-estar comum e da segurança de pessoas, dos seus bens, animais e natureza, combatendo este incêndio que, dramaticamente, atingiu o nosso concelho, manifestar a sua solidariedade para com os bombeiros feridos no exercício das suas funções e ainda manifestar solidariedade para com as pessoas que, dramaticamente, foram atingidas por este incêndio.
Se, por um lado, é nos momentos mais desafiantes que revelamos a nossa maior força, por outro, uma vez longe o perigo, há que reerguer e reunir todas as energias para passar ao passo seguinte, o da reconstrução. Agora, é tempo de arregaçar as mangas e trabalhar em conjunto para a recuperação das atividades económicas e do ambiente, que focaram afetados, ajudando quem mais precisa. Agora, é o tempo de trabalharmos na prevenção e na recuperação deste território, através da responsabilização de todas/os».