Voto de Pesar - Tito Monteiro

A Câmara Municipal de Palmela aprovou, por unanimidade, na reunião pública de 6 de dezembro, o seguinte Voto de Pesar, pelo falecimento de Tito Rosa Monteiro:
«Tito Rosa Monteiro nasceu em Palmela, a 23 de fevereiro de 1939, e ao longo de mais de oito décadas de vida, encontrou sempre na sua terra fonte de inspiração para o vasto trabalho criativo que desenvolveu. Desenhador e projetista de profissão, autor de vários projetos que, ainda hoje, marcam o espaço público do Concelho, cedo descobriu a paixão pelo desenho e pela pintura. “Loureiro” de coração, terá encetado a sua carreira artística precisamente ao serviço da sua Sociedade Filarmónica, em 1959, com trabalhos de cenografia. Foi, de resto, um colaborador permanente da coletividade, tendo integrado os seus órgãos sociais.
Tito Monteiro fez parte, também, do grupo de fundadores da Festa das Vindimas, em 1963, da qual terá sido um dos maiores idealizadores, logo a partir da extinção da Festa do Senhor dos Passos. A sua ligação à Festa perdurou ao longo da vida e foi responsável, entre outras áreas, pela conceção e direção dos Cortejos Alegóricos das Vindimas entre 1964 e 1994. Concebeu, também, e realizou o Torneio Medieval e o Cortejo Histórico alusivos às Comemorações do Oitavo Centenário do Foral da Vila de Palmela, em 1985.
No início do novo milénio, foi responsável pelo projeto de adaptação que transformou uma antiga adega no Largo de S. João na Casa-Mãe da Rota dos Vinhos, bem como pela criação dos espaços de prova e acolhimento enoturístico das diversas adegas da região que fizeram parte do núcleo inicial da Rota.
Fora da região, e entre muitos projetos de recuperação de edificado, destaca-se o seu trabalho como cenógrafo e criador dos motivos decorativos para as iluminações de Natal da cidade de Lisboa, em 1966, sem esquecer a pintura, através da qual perpetuou paisagens e memórias de Palmela, partilhadas em exposições em vários pontos do país.
A vida cultural e artística do Concelho de Palmela e a sua memória do século XX fica, definitivamente, mais pobre com o desaparecimento de Tito Monteiro, que o historiador e escritor pinhalnovense Aníbal de Sousa descreveu, para o catálogo de uma exposição em Pinhal Novo, a convite da Associação Académica Pinhalnovense, como «guardador de saudades, pastor de pinceladas serenas e traços finos e límpidos».
A Câmara Municipal de Palmela, reunida a 6 de dezembro de 2021, lamenta o falecimento de Tito Rosa Monteiro e endereça sentidas condolências à sua família, amigas/os e às várias entidades associativas com as quais colaborou».