Comunicado – Reportagem TVI “Vamos tornar Palmela verde de novo”
O Município de Palmela foi duplamente surpreendido com a peça sobre o pós-incêndio de Palmela, emitida pela TVI no dia 6 de outubro, em primeiro lugar, pela profunda injustiça e desinformação patentes nas declarações e reportagem e, depois, pelo remate que afirma que o Município não teria respondido. Não foram utilizados os canais de comunicação específicos e habituais para o relacionamento com os órgãos de comunicação social, tendo sido enviado um email para o geral da Câmara a meio da manhã, quando a equipa de reportagem já se encontrava em Palmela, a filmar, o que não permitiu, obviamente uma resposta em tempo útil. A informação que, entretanto, fizemos chegar durante a tarde não foi utilizada para atualizar a história e repor a verdade.
Ressalvar que toda a informação sobre o trabalho que tem vindo a ser desenvolvido pelo Município na sequência do incêndio está disponível no sítio oficial para quem tenha intenção de se documentar, e que, a menos de um quilómetro do local de reportagem, junto à estrada, na Quinta da Glória, estavam a decorrer trabalhos de limpeza e remoção de árvores ardidas, em curso há vários dias.
Justifica-se, assim, o presente comunicado que, sabemos, nunca terá o peso de uma reportagem televisiva nacional e não corrige o dano causado ao bom nome do Município e das muitas equipas e entidades que têm trabalhado afincadamente, com enorme responsabilidade, conhecimento técnico e científico e rumo certo, para que as pessoas prejudicadas possam ser compensadas e para que a recuperação da Arrábida decorra de forma segura, correta e preparada para lhe conferir maior resiliência.
Mais de 210 mil euros já investidos em apoios e ações de limpeza
O Município de Palmela já investiu, até ao momento, mais de 210 mil euros em ações no terreno e apoios diversos às pessoas afetadas - remoção e abate de árvores na área ardida e reabilitação de caminhos florestais pós incêndio (158.000,00€), limpeza de bermas, apoio na alimentação e tratamento de animais domésticos e rebanhos, remoção de entulhos e substituição de equipamentos danificados, entre outros.
A todas/os as/os proprietárias/os, foi sobejamente explicado o plano de recuperação da paisagem e da área ardida, definido com o Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas, responsável pela gestão do Parque Natural da Arrábida, que será sempre um processo de médio/longo prazo, para aguardar e respeitar a capacidade de regeneração natural das árvores e dos ecossistemas e para escolher as espécies e fases mais adequadas de plantação. Também os trabalhos de limpeza, em curso, obedecem a planos de segurança para prevenir erosão e arrastamento de inertes.
Todo o processo de avaliação de danos, identificação de situações e soluções tem sido construído de forma partilhada com a população, em atendimentos individuais, visitas técnicas e reuniões setoriais e gerais. Além disso, foi realizada uma reunião pública no dia 17 de setembro, onde Município e ICNF apresentaram o ponto de situação sobre o trabalho desenvolvido e a programação do futuro, tendo ficado agendada uma nova reunião pública para 25 de novembro.
De referir, ainda, que o Município aprovou um ajustamento ao tarifário de água e resíduos, para correção excecional do consumo faturado, que exclui o acréscimo do volume exclusivamente gasto no combate ao incêndio por população de algumas zonas, que recorreu à utilização da água da rede pública de abastecimento.
Município já tem um milhar de árvores para reflorestar
Como já informado na reunião pública de 17 de setembro, a Associação Nacional de Empresas Florestais, Agrícolas e do Ambiente (ANEFA) disponibiliza espécies autóctones para ajudar a reflorestar a Arrábida. Em conjunto com outras ofertas, de empresas e pessoas voluntárias, são mais de um milhar as árvores disponíveis para as ações já programadas e a realizar com a sociedade civil. Estas ações só poderão acontecer a partir de novembro, período adequado à plantação, em termos climáticos e de condições do solo.
O Município preparou, também, o Projeto “Serra Segura”, em processo de candidatura, e deu a conhecer a intenção de alargamento do Programa “Aldeia Segura” – que já existe em Vale dos Barris - a áreas como a Quinta da Glória, Quinta das Asseadas e Quinta do Anjo.
No campo institucional, o Município tem estado em contacto permanente com organismos da tutela e conseguiu, já, que as explorações agrícolas atingidas pelo fogo, nas freguesias de Palmela e Quinta do Anjo, fossem abrangidas pelo Despacho 11367/2022 da Ministra da Agricultura e da Alimentação, publicado em DR a 22 de setembro, que reconhece um conjunto de incêndios em todo o país como catástrofe natural, independentemente da extensão de área ardida. Este reconhecimento permite o acesso ao apoio «Restabelecimento do Potencial Produtivo» do Programa de Desenvolvimento Rural (PDR2020). Satisfeito com a justeza desta medida, o Município continua a insistir junto da tutela por apoios económico-financeiros que vão ao encontro de outras necessidades identificadas por habitantes e proprietárias/os, além do universo agrícola.
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