PLAAC-Arrábida: técnicas/os municipais visitaram zonas de maior risco climático

No âmbito do projeto PLAAC-Arrábida - Planos Locais de Adaptação às Alterações Climáticas da Arrábida, técnicas/os dos Municípios de Palmela, Setúbal e Sesimbra visitaram, no dia 6 de maio, alguns dos locais daqueles territórios sujeitos a maiores riscos resultantes das alterações climáticas.
A visita técnica foi conduzida pelo Professor José Luís Zêzere, do IGOT - Instituto de Geografia e Ordenamento do Território da Universidade de Lisboa e acompanhada pela FCT - Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade de Lisboa e pela ENA - Agência de Energia e Ambiente da Arrábida.
No concelho de Palmela, a primeira paragem foi em Poceirão, onde se destacou o futuro crescimento do risco de incêndios rurais/florestais, decorrente sobretudo do aumento da temperatura.
Do Castelo de Palmela, interpretaram-se os territórios a sul do perímetro urbano da vila, incluindo o Bairro da Asseca, com suscetibilidade atual moderada aos riscos de incêndios rurais/florestais e instabilidade de vertentes e inundações por cheias rápidas (associada à Ribeira do Livramento), com agravamento no futuro, devido ao aumento da área suscetível a risco de incêndios rurais/florestais. Do Castelo, foi também avistado o território vulnerável de Vale de Barris e envolvente, cujo índice de risco aumentará significativamente no futuro, devido aos incêndios rurais/florestais.
No concelho de Setúbal, as/os técnicas/os percorreram a zona urbana da cidade, desde o Parque do Bonfim até ao Rio Sado, suscetível sobretudo a riscos de inundações por cheias rápidas e de galgamento costeiro. Na Gâmbia, visitaram a Morgada, confinante com o Estuário do Sado, com risco de inundação estuarina associado à previsível subida do nível do mar.
Do Castelo de Sesimbra, visionaram-se os territórios da envolvente e da vila, destacando-se os riscos de instabilidade de vertentes e de incêndios rurais/florestais, tendendo o último a tornar-se mais intenso. Na faixa litoral, a estes riscos somam-se os de inundações e galgamentos costeiros e de erosão costeira/recuo de arribas.
Dos três Municípios, Palmela é o que apresenta menores riscos decorrentes das alterações climáticas, em parte, devido à menor exposição à subida do nível do mar. Contudo, riscos como os associados ao aumento da temperatura (calor excessivo e incêndios rurais/florestais) e precipitação (seca meteorológica, cheias rápidas e instabilidade de vertentes) vão colocar desafios muito importantes no que respeita à proteção das pessoas e coesão social, património natural e cultural, recursos, atividades económicas e infraestruturas no concelho.
Os trabalhos do PLAAC-Arrábida vão prosseguir com a identificação de medidas de adaptação climática dirigidas aos riscos identificados.
Recorde-se que, no âmbito deste projeto, os três Municípios, que integram o Território Arrábida, estão a elaborar planos de adaptação climática à escala local. O PLAAC-Arrábida é coordenado pela ENA, com as parcerias das três Câmaras Municipais, da FCT e do IGOT. Com um orçamento global de cerca de 165.000€, é financiado em 90% através do Programa Ambiente, Alterações Climáticas e Economia de Baixo Carbono do Mecanismo Financeiro EEA Grants. O projeto termina em setembro deste ano.